Nada acontece duas vezes exatamente igual. Voltar à praça em que se costumava brincar na infância ou reencontrar uma pessoa que marcou por algum tempo e desapareceu são situações que podem causar um relativo impacto, porém incomparável à emoção primeira, que só se pode sentir no momento vivido: o momento presente.
Buscar reviver uma lembrança, em sua plenitude, é em vão, pois sempre faltará um detalhe do que foi importante e ficou na memória. Percebendo a incompatibilidade entre diferentes épocas, que os lugares mudam e as pessoas também, o mais coerente é adaptar-se ao meio atual. No começo pode parecer sem graça, mas ainda assim é menos sofrido que a desilusão.
Não é possível que um grupo de amigos se reúna depois de anos e só tenha memórias em comum. Elas são importantes, mas não são todo o conjunto da obra. Se existe uma força maior que une estas pessoas, elas serão capazes de construírem novas histórias juntas, quem sabe até mais emocionantes do que aquelas que já passaram.
Direcionar as atenções para o tempo presente é um presente para a alma. O que interessa é o que acontece, não o que aconteceu ou o que por ventura acontecerá. Pensando demasiadamente em outras épocas, nossa mente e o nosso corpo ficarão por lá, vagando sem sossego pelo vazio existencial. Para viver, só se for agora.