segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Platonismo

Se fosse ela que estivesse lá
Ele não seria mais ele mesmo
Talvez fosse um cara melhor
Entretanto com outra cara

De revolucionário a conservador
...vejam o que causa o amor...
Ora tagarela, outrora quieto
Moço apaixonado e desequilibrado

O que se procura não se acha
Não quando se está procurando!
É de repente e é também irônico
Que ninguém molde o seu enfim

Com um passo fora da marcha
Tem quem continue esperando!
À beira de um colapso platônico
Sem colher a sua flor no jardim.

É de repente e é também irônico
Que ninguém molde o seu enfim

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Prisão moderna

As crianças de hoje criam-se com a mesma predisposição tanto para assistir desenhos animados quanto para mexer em smartphones, tablets e outros aparatos tecnológicos sofisticados. Parece uma evolução a se tratar de linha do tempo, com mais opções de entretenimento para os pequenos, porém defendo uma posição antagônica.

Notadamente estão se formando gerações que cada vez mais substituem as atividades físicas pelo sedentarismo do mundo digital; o contato direto com os amigos por conversas atrás da telinha; a magia de brincar por jogos online. A infância, que é encarada de maneira nostálgica pela maioria dos crescidos, pode estar perdendo o seu charme.

É cômodo para os pais, exaustos com o corre-corre diário, passar o aparelho aos seus filhos, dispensando assim maiores aborrecimentos. A garotada, distante dos amigos, família e companhias físicas de um modo geral, está aprisionada na realidade virtual. Temo que esse pessoal perca o controle quando começar a conhecer os dilemas existenciais.

A tendência é que os jovens de amanhã sejam ainda mais imediatistas, egoístas, dependentes de Apples da vida e carentes de atenção. Não encontrando todas as suas necessidades satisfeitas, o que provavelmente ocorrerá, terão que amenizar suas frustrações de alguma forma. Perde o adolescente, perde o ser humano e perde a sociedade.

A fase é de regressão (não a espiritual).

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Quebrando paradigmas

A sensação única de fazer o que se quer, sem impedimento, merece ser vivida por cada um de nós. Um mantra de possibilidades abre-se sobre indivíduos que conhecem a liberdade, ainda que rotineira, nas trilhas de uma vida passageira.

Tive um mau presságio, acordei do pesadelo e vi que eu posso ser mais do que eu imaginava. Passei do ponto, voltei para casa e mais um dia começou como se nada tivesse acontecido. Me considerei humano e agi como se fosse um. Sei bem que sou.

Vivemos como se tivéssemos algo a provar a todo instante. Fizeste mal, é errado; fizeste bem, é obrigação. Dá a entender que o ponto referencial é um exemplo e tanto, pois o diferente passa por ridículo mesmo em um convívio de almas famintas.

Sinto muito, amigo. Cheguei mais tarde do que o combinado; não te encontrei no lugar de sempre naquele horário. Que tal destruir a base e passar a enxergar além de uma forma diferenciada? É difícil, mas é possível. Até daqui a pouco!

Não fique estacionado se a tua essência é ser livre.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Mariana

Ela se sentou no banco com mais alguém
Era cedo, era dia, tudo bonito e colorido
As palavras que dizia soavam tão simples
Nem parecia a menina que havia partido

Voltou espiritualmente ao meu convívio
Sua presença sempre fez-se tão marcante
Fui enviado a um portal com algum amigo
Para reaproximar o que hoje está distante

A menina de antes agora já é uma mulher
Aparentando saber com clareza o que quer
Os olhos que lhe veem também são outros
Entre tantas partidas, permanecem poucos

Vagamente dorme-se em uma vida insana
Outrora pintura, viraste miragem Mariana
Em um absurdo de informações chegando
Sendo nenhuma sua, continuo imaginando.

A menina de antes agora já é uma mulher
Aparentando saber com clareza o que quer