segunda-feira, 25 de julho de 2016

Olimpíadas da decadência

Na modalidade da violência
O Brasil conquistou o ouro
Com famílias desesperadas
Acerca do tempo vindouro

Se tratando de desigualdade
No pódio também tem lugar
Uns têm muito, outros nada
E pouco adianta se queixar

Pro preconceito há medalha
De cor que dá para escolher
É mais fácil apontar defeito
Que outro humano acolher

Mas a solução é o jeitinho
Popular na nossa cultura
Mascarando o que ocorre
Dentro da realidade dura

Que comecem os Jogos
É época de comemoração
Palmas para a decadência
Que assola a nossa nação.


Se tratando de desigualdade
No pódio também tem lugar

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Momento de glória

Deve haver um instante inesquecível
Que recompense toda a sua trajetória
Discorra sobre quando o impossível
Sucumbiu ao seu momento de glória

É quando a vida lhe olha nos olhos, sorri
E você, sem ponderar, beija a boca dela
O necessário para a felicidade está ali
Com o céu colorido ao estilo aquarela

Nada melhor que cumprir o seu dever
Em uma atividade feita sem obrigação
Saboreando o doce gosto de vencer

Uma alma entregue verdadeiramente
É premiada ao desfrutar de emoção
Que será rememorada eternamente.


Relembre e comemore o seu momento glorioso!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Poucos quilômetros por hora

Eu sempre gostei de caminhar de noite, principalmente quando tem um vento leve a tocar o corpo. Nada de sol batendo no rosto ou uma multidão desesperada para chegar a um ponto, mas o frescor na ausência de luminosidade e a natural tranquilidade. O problema é que não moro mais em uma cidade pacata e querem me furtar até esse pequeno prazer.

Caminhar à noite é uma tarefa arriscada quando se mora em um município com altos índices de violência. Existe a chance de ser pego sozinho e acontecer o pior enquanto um enorme contingente de carros passa alheio a isso. Você é o excluído em um lugar decadente e ao mesmo tempo alguém de coragem por estar colocando a sua vida em xeque.

De qualquer forma, na segunda-feira anterior a essa, felizmente realizei a minha marcha noturna. Era uma noite de clima ameno, nem quente e nem frio, ideal para dar uma volta. Acabou sendo um percurso sereno apesar de eu ter que estar com o sinal de alerta ligado continuamente, tomando cuidado com o monstro humano no pesadelo da vida real.

Após cerca de uma hora de a pé, ainda faltava superar o grande morro para chegar em casa. Sorte que sou jovem, aí é possível encarar um caminho íngreme desses com uma certa resistência. Por pior que esteja a situação, sempre tem um lado bom. Suplantei toda a adversidade e percebi que dá para sentir adrenalina a poucos quilômetros por hora.


Sozinho, porém bem acompanhado pela noite.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sobre a admiração

Você conhece alguém bacana
Que em outro município reside
Acha aquela presença incrível
Mas a localização não coincide

Então troca ideia com a pessoa
Por tempo suficiente a admirá-la
Porque é quase desconhecida
E você não tem por que criticá-la

Valorizam o momento partilhado
Até cada um seguir sua direção
E com certeza você irá recordar
Aquela companheira de ocasião

Assim declarou Millôr Fernandes
À principal revista que a Abril tem
Como são admiráveis as pessoas
Que nós não conhecemos bem.


É maravilhoso conhecer gente nova.
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100ª postagem. Obrigado a todos que me acompanham!