segunda-feira, 1 de junho de 2015

A fotografia que seduz

Não sou poeta quando trato com fotos. O poeta é essencialmente romântico, do tipo que aprecia o retrato, se deleita, até chegar ao ponto de enjoar-se e queimar a fotografia sem dó. Eu aprecio, aprecio e aprecio mais um pouco! Vamos combinar: há imagens que merecem uma moldura compatível à beleza demonstrada.

Perco a noção de espaço, mas não perco a foto de quem eu gosto. A quem irei recorrer quando precisar de algo a mais? Não desmereço de modo algum a reza, afinal ela parece fazer milagres às vezes, mas um belo rosto detalhadamente trabalhado estimula e absorve para si aquilo que sentimos. É esplêndido!

Guardo carinhosamente um álbum de tudo o que me faz bem, é assim que não caio. Quando a insensatez do mundo exterior me ferre, recorro às lembranças inesquecíveis de pessoas e momentos únicos, que existem independentemente do tempo que for. Que não venham me dizer que vivo de passado, pois a recordação é uniforme!

Se os nossos olhos tirassem fotografias, seríamos protagonistas de sublimes manifestações artísticas que até aqui só cabem à nossa memória. Serei sincero: podemos compartilhar, por meio de palavras, com qualquer pessoa, a singularidade de determinado momento, porém elas nunca sentirão o que sentimos no ato. Uma imagem fala, e falaria, mais alto.

"As fotos são uma maneira que o ser humano viu
Para atenuar a dor ocasionada pela saudade
De momentos que nunca voltarão."

2 comentários:

  1. Gostava muito de guardar fotos, hj tenho algumas essenciais, a maioria estao so nos flashes da memoria.

    Gostei, Allan
    Bjo

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