segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Deu zebra

A expressão "deu zebra" surgiu com o popular jogo do bicho para representar um acontecimento imprevisto à medida que o jogo contava com 25 exemplares de animais e, entre eles, não estava a zebra. Foi rapidamente incorporada à esfera esportiva e, consequentemente, passou a ser largamente repetida pelo público.

Por mais negativa que a expressão possa soar, às vezes é bem interessante que dê uma zebra. No futebol, não é raro que a equipe mais fraca seja apoiada pela maioria dos espectadores neutros, ou seja, que não torcem para nenhum dos dois times envolvidos. O triunfo de um time meia boca sobre um adversário milionário é um grande êxtase.

O que produz tal êxtase é o fascínio que boa parte de nós tem pela imprevisibilidade. Não tenho dúvida de que, por exemplo, a Copa do Brasil de 2004 chamou muito mais atenção por ter o pequeno Santo André-SP vencendo o Flamengo na final do que chamaria se ocorresse o óbvio, uma vitória flamenguista. Deu zebra, foi isso.

Pode ser que estejamos nos equivocando quando qualquer coisa ocorre fora do planejado no nosso cotidiano e perdemos a cabeça. As nossas relações não precisam ser pautadas por uma estática previsibilidade em um roteiro com papéis predefinidos. Que as inevitáveis zebras iluminem o nosso pensamento e nos façam rever velhos conceitos.

A simpática zebrinha da Loteria Esportiva.

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