segunda-feira, 20 de março de 2017

Boas-vindas à pós-verdade

Estamos na era da pós-verdade, na qual apelos à emoção ou à crença pessoal influenciam mais na formação da opinião pública em determinadas circunstâncias do que fatos objetivos. 'Pós-verdade' foi inclusive escolhida a palavra do ano de 2016 pelo britânico Dicionário Oxford, tendo ganho popularidade sobretudo na eleição americana.

As mídias sociais são grandes potencializadoras da pós-verdade e é comum nos depararmos no Facebook, por exemplo, com um grande contingente de informações falsas sendo compartilhadas. Boa parte dos usuários não faz uma análise apurada do conteúdo que dissemina e da fonte do mesmo, empobrecendo a qualidade da rede.

Não é difícil inventar uma notícia com capacidade de viralizar em instantes. Previsões catastróficas de que meteoros se chocarão contra a Terra e extinguirão a espécie humana surgem anualmente e, ainda que absurdas, sempre estão entre os assuntos mais comentados do meio virtual. A maioria lê apenas a manchete e faz um escândalo.

A pós-verdade chegou para ficar em uma realidade de pouca leitura e esclarecimento, mas de muito compartilhamento e achismo. Pode ser que eu seja o chato da história por querer acessar a rede social e encontrar mais conteúdo útil do que mentiras que diversos acham que são fatos reais. Afinal, o que é verdade? Ter razão nunca esteve tão fora de moda.


A pós-verdade se destaca no dicionário e na mídia.

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