segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Desfilando na chuva

Certa vez, um aventureiro saiu a caminhar
Estava chovendo e ele permitiu se molhar
Sem apressar o passo, optou pela sensação
Enquanto todos corriam, ele era a exceção

Sabiamente, refletiu acerca da fuga alheia
Era como se cada um quisesse a sua aldeia
Muito calor no verão, muito frio no inverno
Sempre há o que reclamar, um ciclo eterno

Imaginou o que eles imaginariam ao vê-lo
Sozinho, encharcado, em total desmazelo
Sequer possuía um guarda-chuva: coitado!
Já que é tão comum se prevenir um bocado

A sua intenção era lógica: sentir a chuva
Ao mesmo tempo que tinha gente de luva
Que pecado! Que blasfêmia! Que heresia!
Não ser mais um desesperado em demasia

Ele poderia ter ficado gripado e não ficou
Ter optado por chegar antes, mas desfilou
Parecia insana a curtição naquele cenário
Mas a felicidade não tem prévio horário.


Correndo ou não, a chuva molha.

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