segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Jardim sem flores

As mulheres perderam a coragem de sair na rua, e a rua, consequentemente, perdeu beleza. Elas temem olhares maldosos, comentários vulgares e investidas violentas que tornaram-se um hábito vergonhoso de nossa sociedade, que oprime e jura não oprimir. O homem vem subtraindo gradualmente a sua humanidade e será o responsável pela extinção dela.

A cegueira que mais me preocupa é a de quem não quer enxergar. A causa feminina é nobre e espero que não seja preciso que um troglodita qualquer passe pela situação de uma irmã ou filha sua, por exemplo, sendo abusada, para se dar conta de que a mulher merece respeito. Não se trata só de uma disputa, mas de uma súplica por igualdade.

Os assediadores são incapazes de se colocar no lugar das assediadas e acreditam que agir desta forma confere a eles uma superioridade, a prevalência do gênero mais forte sobre o mais fraco. Na verdade, eles são uma aberração mascarada de sexo masculino, uma anomalia de uma organização devastada, um aborto da natureza.

Não é necessário ser muito inteligente para perceber que nenhuma mulher que se valoriza o mínimo possível pretende ser abordada de uma forma desrespeitosa por um desconhecido qualquer. Mesmo assim, o desqualificado chega nela de uma forma desprezível, fazendo com que ela sinta nojo de sua atitude. Será que quem age assim gosta mesmo de mulher?


As mulheres temem. A espécie humana assusta.

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