segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Cancha de cimento

Foi numa cancha (local destinado à pratica esportiva) de cimento que, na infância, muito aprendi sobre companheirismo, superação de obstáculos e o valor da simplicidade. Eu e meus amigos nos reuníamos quase que diariamente, sob a tutela do meu pai, para jogar bola (futsal?) em uma quadra de uma pracinha que costumava receber um bom número de crianças.

A gurizada tinha a sua qualidade, até por se dedicar com afinco ao jogo, porém vamos combinar que o local não era dos melhores para fazer rolar a bola: além do piso ser de cimento, não era exatamente liso, rendendo severos machucados a quem caísse. Sem contar que as marcações da quadra eram imperceptíveis e as goleiras sequer possuíam rede.

Em meio a esse cenário obscuro, mesmo assim a gurizada se divertia à beça. Inevitavelmente alguém pagava o pato e se esfolava naquele chão rachado, mas, em uma demonstração e tanto de bravura, logo de recompunha e retornava para a peleja. Sem dúvida, éramos crianças com brios, pelo menos lá no momento do jogo, em que nada mais importava.

Aquela cancha deixou uma mensagem bastante clara: vale a pena lutar pelo que se acredita, ainda que a princípio pareça uma ideia insana. Seria mais fácil jogar futsal em um salão, assim como se apresentam diariamente opções cômodas para que lancemos mão de desafios maiores e mais dignificadores. Se acostume com a cancha de cimento que será moleza jogar em qualquer piso.

Imagem meramente ilustrativa. A cancha era bem pior.

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