terça-feira, 23 de setembro de 2014

Reféns da escassez

O Brasil possui, no momento, 32 partidos políticos registrados no TSE; são 11 os candidatos à presidência neste ano. Números estes expressivos, que poderiam induzir à sensação natural de que ao menos uma alma ali no meio seria capaz de dar esperança ao povo brasileiro. O que se vê, na verdade, é uma equipe falida que se diferencia somente na sigla que defende provisoriamente.

Nos debates, os candidatos que mais se destacaram foram os autores de "cortaços", alegrando as redes sociais com posteriores montagens e jargões em sua homenagem. Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL), embora pertencentes a partidos de pouca representatividade, chamaram a atenção pela sinceridade na hora de manifestarem a sua opinião.



Eu não tenho nada a ver com isso.
Resposta de Eduardo Jorge a Levy Fidelix (PRTB) no debate do SBT



Linha auxiliar do PT, uma ova!
Resposta de Luciana Genro a Aécio Neves (PSDB) no debate da CNBB


Foram comentários irreverentes, mas ainda representam pouquíssimo para o eleitor mais criterioso. Candidatos ocupam a maior parte do tempo se digladiando em vez de apresentarem propostas concretas, o que ironicamente até dá mais audiência. Assistir a um debate político, atualmente, se tornou uma distração semelhante a ir a um circo ao final do dia: serve apenas para distrair, entreter e o espetáculo é comandado por palhaços.

Um certo homem, na Grécia Antiga, saía pelas ruas, em plena luz do dia, carregando uma lamparina: ele estava à procura de um homem honesto. Este homem, este gênio, era Diógenes. Imaginem o que seria do pobre Diógenes ao procurar a honestidade em meio aos presidenciáveis... certamente ele se cansaria e voltaria ao seu barril, local em que vivia.

Viramos reféns da escassez de qualidade daqueles que deveriam ser os legítimos representantes da população. Acredito que ninguém mais, em sã consciência e inteligência, imagina que qualquer um dos candidatos visa eleger-se para governar pensando nos necessitados. Que eles continuem com promessas pífias e nós continuemos a rir amargamente de todo esse besteirol que agora envolve as eleições.

Traz logo que o povo cansou de ser trouxa!

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